Sua mãe está fazendo o jantar. Você pede para ajudar a mexer o feijão fervendo na panela e… (ai!) uma gota dele pinga no seu braço. Ou então (ai, de novo!) você esbarra com a mão no metal da panela de arroz ao lado. Já reparou que a pele arde e fica vermelha depois? Pois é, é o seu corpo reagindo a uma pequena queimadura. Mas peraí, como é que isso acontece? Por que a pele fica irritada e a gente sente dor quando se queima? A Bárbara, que mora em BH, nos deixou essa pergunta pelo site outro dia. A Brenda Godoi, aluna de Medicina da UFMG, nos dá pistas sobre o que acontece.
“Oi, Bárbara! Você já deve ter encostado a mão em alguma coisa bem quente e visto que sua mão depois fica queimada, não é mesmo? A sua mão é formada por várias substâncias que não resistem a temperaturas muito quentes. Assim, da mesma forma que, quando você coloca alguma coisa no fogo e ela muda de cor e até mesmo de forma, sua pele também muda. Quando você queima alguma parte do corpo, seu organismo percebe que algo está errado e começa a tratar a queimadura como se fosse um machucado. Tenta eliminar as partes perdidas e reconstruir novas. Mas quando essas novas vão sendo construídas, elas não são exatamente iguais às antigas, e formam-se cicatrizes.
Mas, por que quando queimamos dói? A dor é um importante aviso de que algo está errado. Assim, o organismo pode tomar alguma atitude para te defender. Há, na pele, uma espécie de botãozinho, que é ligado quando a pele é prejudicada. Esse botãozinho é a ponta final dos nervos, que ligam a pele ao cérebro e outras estruturas. Assim, esses nervos irão passar a informação de que a pele está queimando a uma célula que fica na medula espinhal, dentro da coluna vertebral. Essa célula da medula espinhal, por sua vez, manda os músculos se mexerem para que você se afaste de onde está te queimando. Ao mesmo tempo, outros nervos levam a sensação de dor ao cérebro e te fazem aprender que você não deve mais se aproximar tanto de algo tão quente.”
Bom saber, né?
Ilustração de Bruno Lanza