O cocô é marrom porque ele contém restos de células vermelhas do sangue. Mas como isso acontece? Primeiramente, devemos pensar como o cocô é formado. Tudo começa com os alimentos que ingerimos. Esses alimentos atravessam todo o nosso tubo digestivo, entrando pela boca, passando pelo esôfago, estômago e intestino.
Quando chegam no intestino delgado, esses alimentos são misturados com a bile e com o suco pancreático. A bile é um líquido produzido pelo fígado e o suco pancreático é um líquido produzido pelo pâncreas. E os dois juntos ajudam a digerir os alimentos que comemos. Uma parte desses alimentos é captada pelas células do intestino e outra parte chega até o intestino grosso na forma de cocô e depois sai do nosso corpo através do ânus.
O cocô é formado por um monte de componentes, entre eles água, proteínas e até bactérias aliás, muitas bactérias. Mas a cor marrom é dada por uma substância gerada a partir da digestão das células vermelhas do sangue. Essas células têm mais ou menos 3 meses de vida e depois são retiradas da circulação especialmente pelo baço, onde parte da hemoglobina é reaproveitada. A parte restante dessa proteína sofre algumas alterações no próprio baço e no fígado, sendo chamada de bilerrubina, que participa da composição da bile, que será então liberada no intestino.
No intestino, a bilirrubina sofrerá alterações e se transformará na estercobilina, que é a principal responsável por dar a coloração marrom ao coco.
Mas como a gente não fica sem sangue? Isso ocorre porque um outro órgão nosso, a medula óssea, está sempre produzindo novas células sanguíneas. Ainda bem, né?
Então, o cocô marrom mostra que o seu corpo está funcionando direitinho, ou seja, aproveitando bem o que você come e colocando pra fora o que você não precisa mais. Bacana, né?
Ilustração: Leonardo Barros